Segunda-feira, 26 de Junho de 2006
No ano de 44 da era de Jesus Cristo, passeava pela praia de Matosinhos um
ilustre cavaleiro da Maia, Caio Carpo Palenciano, com a sua mulher Claudina
e
vários parentes e amigos. Cavalgava o grupo pelo areal quando alguém
vislumbrou uma barca que se dirigia para norte. Os cavaleiros e as damas
pararam todos
para apreciar o ritmo e a beleza da embarcação, quando inexplicavelmente o
cavalo de Caio galopou para dentro do mar, apesar de este o tentar evitar,
como
se fosse obrigado por uma força desconhecida. Cavalo e cavaleiro imergiram
no mar e desapareceram para ressurgirem perto da barca, para onde subiram
cobertos
de vieiras. Quando perguntaram à tripulação o motivo deste fenómeno e qual a
razão da sua viagem, estes explicaram que eram discípulos cristãos de um
homem
chamado Tiago. Tinham fugido de grandes perseguições, levando o corpo do seu
Mestre para terras de Espanha, onde Tiago tinha pregado o Evangelho. Segundo
estes homens, o fenómeno ocorrido com Caio e o seu cavalo poderia ser
explicado pelo facto de ele ser um escolhido de Nosso Senhor. As vieiras
eram o sinal
de Santiago que queria ver Caio abraçar a lei de Deus. Comovido, Caio foi
ali mesmo baptizado com água do mar e, quando voltou para junto dos seus
familiares
e amigos, a todos converteu com o extraordinário feito de Santiago. As
vieiras ficaram a fazer parte do brasão da nobre família Pimentel de
Trás-os-Montes,
descendentes, segundo se crê, de Caio Carpo Palenciano.
(Colaboração de: Manuel Seleiro)